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PSICODÉLICOS - BENEFÍCIOS E RELAÇÃO COM O MERCADO DE TRABALHO

Estamos presenciando um momento onde os psicodélicos deixaram de ser vistos como algo a ser usado por místicos e usuários de drogas, para passar a ocupar o lugar de fonte de inúmeros benefícios para a saúde quando utilizados de maneira correta.




Somente nos Estados Unidos, surgiram 50 novas startups focadas no segmento, nas redes sociais com frequência topamos no assunto e a Netflix lançou o documentário Como Mudar a Sua Mente, de mesmo tema.




De fato muitas pesquisas e relatos vêm abordando a eficiência dos psicodélicos, por exemplo, a psilocibina presente nos cogumelos mágicos, quando acompanhada de psicoterapia, ajudou 83% dos pacientes em um grupo de 94 pessoas a superarem o alcoolismo, ela também se mostrou eficiente contra a ansiedade.



Já a cannabis possui uma lista extensa incluindo dores crônicas, alzheimer, ansiedade, reumatismo, endometriose, psoríase, e outros dois grupos muito importantes, auxilia nos transtornos de espectro autista, e, traz conforto e potencialização de sucesso em tratamentos contra o câncer. (The Health Effects of Cannabis and Cannabinoids)




E tem também o LSD, eficiente para o humor e estresse pós-traumático, tendo obtido ótimos resultados em pessoas que foram para a guerra. Além disso, um estudo feito pela Universidade de Maastricht mostrou que o uso de microdoses de LSD foi benéfica para a neuroplasticidade do cérebro, que é a nossa capacidade de aprender através de experiências práticas.






Breve contexto histórico


As micro dosagens alucinógenas começaram a ser testadas em 1947 no Estados Unidos, porém, nos anos 60 os estudos foram interrompidos, em parte pela má fama que os alucinógenos começaram a ganhar junto do movimento hippie, e em parte por na época os cientistas estarem considerando os resultados limitados à respeito dos efeitos.


Em 2011 os estudos foram fortemente retomados por James Fadiman, psicólogo americano que estuda cogumelos desde adivinha quando!? Os anos 60.







Que os alucinógenos sejam bons para você e não para o mercado.


No entanto, como uma profissional que analisa comportamentos, uma notícia na Folha de São Paulo chamou minha atenção.





Basicamente, a terapia psicodélica começa a ser aceita nos planos de saúde de empresas americanas.


Isso é ruim? Claro que não, muitos trabalhadores sofrem de distúrbios e merecem tratamento adequado, porém, como indivíduos donos de nossas próprias escolhas precisamos atentar para um ponto muito importante, não deixarmos que o propósito das microdoses se corrompa, saindo do lugar de saúde do indivíduo e indo para o lugar de superprodução empresarial.


Por que estou dizendo isso? Ao ler a notícia, imediatamente lembrei do magnífico livro Homo Deus lançado em 2015 e escrito pelo historiador Yuval Harari, o qual tenho enorme admiração.. Eis que o livro ficou conhecido pela surpreendente capacidade de trilhar os próximos passos da humanidade, o livro de um historiador que poderia ser de um futurologista.


Neste livro Harari traz o conceito de que um dos próximos passos da humanidade seria a busca pela felicidade. Essa busca seria feita em parte através de novas medicações, citando inclusive a retomada dos psicodélicos, entre outras iniciativas. O ponto crítico é que segundo o autor os motivos desta busca pela felicidade não seria a felicidade do indivíduo em si, e sim, a garantia de que este siga produzindo para o mercado. Para ele, mesmo o que parece ser muito bom para as pessoas individualmente, nos modelos atuais da sociedade é na verdade algo que será muito bom para a economia e mercado, nessa lógica o importante é não deixar a roda parar mesmo que isso signifique o afogamento das emoções pessoais.


Aqui nós temos um ponto de extrema delicadeza, tudo o que é modismo ou voltado exclusivamente para o mercado é frágil e amanhã a ideia de garantia de produção pode ser outra, tipo, altos níveis de estresse. Os tratamentos alternativos merecem mais respeito e mais longevidade do que isso.


Esta questão foi levantada não como uma teoria da conspiração, mas apenas, como um ponto de alerta para seguir sendo observado de maneira crítica, ver a evolução disso tudo e ter como premissa principal que os únicos interesses que estes medicamentos devem vir a servir é o dos pacientes.


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